A vida esconde em si
muitos mistérios indecifráveis, como o é a constante busca para a descoberta da
luz que nos conduza à iluminação, ao desmistificar dos segredos escondidos na
alma e dos sentimentos que navegam o coração!
Será uma graça divina
ou do acaso que nos permite contemplar o nosso próprio ser»? Ou será através de
uma busca incessante na procura da palavra que nos define, e que nos traduz
quem somos, no fundo buscamos o vocábulo que personifique o universo que habita
no interior do cofre onde pernoita adormecido o “eu”.
Meditam buscando
respostas, os filósofos, escritores, letrados, cidadãos comuns e todos aqueles
que querem respostas para a sua existência e do universo que rasga a nossa
imaginação, colocando questões que apenas abrem a porta a novas interrogações,
numa cadência desenfreada que apenas apoquenta os nossos pensamentos – mas não
é isso que buscamos?
Mas tal não aumenta apenas
a ansiedade nas almas que buscam algo tão simples como uma existência serena,
pacifica e cumprindo o ciclo da sua breve existência, sorrindo, alimentando-se
de pequenos gestos, carinhos, vivências que façam transbordar o seu cálice de
felicidades terrenas?
Que buscam as
religiões e os homens na sua generalidade? Não será que buscam também a paz
interior, o bem, a corrente de harmonia que percorra todos os seres que nos rodeiam
em determinados momentos, espalhando a paz e o amor indiscriminadamente,
alcançando na terra o paraíso?
Nada dará mais prazer
que o sentimento do bem-fazer, da entreajuda, da doação de um amor cristalino
sem nada exigir … apenas saber que quem queremos bem é feliz à sua maneira,
mesmo que não o seja com quem desejamos!
Busquemos as
respostas, através da introspeção, da meditação, da oração (no caso de crentes –
seja qual for a religião ou credo que professe), das ações … nunca devemos
parar de buscar a luz que alimenta a alma dos seres que sofrem, mas
desengane-se quem pensa que irá descobrir em si as respostas … somos seres
muito complexos, cujos sentimentos se cruzam num puzzle com becos
intermináveis, alguns solúveis outros talvez não!
Por isso amem, sejam
humanos, solidários, sejam felizes, busquem mas não se percam, sabem qual é o objectivo
principal? É esse mesmo … vivam sem medos, pequem quando tiverem que pecar,
arrependam-se quando tiverem que o fazer, sorriam, divirtam-se, amem quando
tiverem que amar. Sofram apenas se tiver que ser, quando tal ocorrer libertem
as trevas que vos apoquentam a alma e aprisiona os vossos corações, gritem,
chorem e depois ergam-se e busquem novamente a felicidade, mas nunca desistam
de amar, mesmo que tal sentimento seja só vosso, guardado carinhosamente no recanto
de uma alma adormecida!
João Salvador – 21/08/2014
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