domingo, 29 de junho de 2014

Sou alguém …


Sou alguém...
Quem sou eu afinal?
Sou alguém que sofre,
Alguém que chora desalmado.
Alguém que cobardemente perdeu um sentimento belo e doce
Sentimento que outrora habitou neste coração carente,
Sou apenas um pecador,
Sou um penitente,
Sou aquele que se mortifica ao raiar do dia pela dor que sente!


João Salvador – 29/06/2014

Texto – O poder da palavra (Ódio versus amor)




Existem palavras que ecoam pelas nossas almas inquietas. Palavras que transportam a mente para um mundo inseguro, cheio de encruzilhadas e obscuridade, mundo que afinal apenas existe nos fantasmas de um passado recente … ou talvez não!

A insegurança que sente um coração apaixonado pode dever-se ao ciúme ou simplesmente a uma doença que abala os alicerces de uma relação … a possessão!

A doença espalha-se pelo corpo como um cancro maligno, fazendo com que aqueles que padecem de tal doença, destruam com a sua loucura o amor e a transformem em ódio!

Estes dois sentimentos apesar de se encontrarem em pólos opostos, de serem antagónicos, por absurdo que possa parecer, assemelham-se a dois irmãos gémeos com personalidades distintas, metamorfoseadas em algo forte e incontrolável … são elas a alegria e a tristeza; o carinho e o repúdio, são afinal o amor e o ódio o bem e o mal!

É na verdade na palavra imponderada e lançada que nascem os mais díspares sentimentos, esses dependem desde logo de quem os sente, da sua personalidade e do seu modo de absorver a dor ou o amor!

Todo o ser humano é diferente, reagindo às suas próprias inseguranças, infundadas ou não, através de uma poderosa arma … a palavra. 

As nossas inseguranças reflectem-se nas nossas reacções, nos nossos actos, mas também na postura, no modo de estar, no modo de ser de quem profere as palavras que nos atingem como o gume de uma espada, trespassando os sentimentos. 

Nem todos estão munidos de escudos ou os conseguem construir para se protegerem da palavra lançada que se espeta no corpo e espalha a insegurança na alma dos mais incautos!

As inseguranças navegam ao sabor das ondas, galgando rochas, chicoteando as praias da nossa consciência, que se vê afogada num limbo entre o amor e o ódio!

A indiferença, ainda que de amores possessivos se trate não existe! 

Todo aquele que usar a arma mais poderosa da humanidade deve reflectir seriamente antes de a proferir, pois após lançada pode trespassar os corações mais sensíveis, podendo transformar uma dor de amor em ódio visceral!


João Salvador – 29/07/2014