Existem palavras que ecoam pelas nossas almas inquietas. Palavras que transportam a mente para um mundo inseguro, cheio de encruzilhadas e obscuridade, mundo que afinal apenas existe nos fantasmas de um passado recente … ou talvez não!
A insegurança que sente um coração apaixonado pode dever-se ao ciúme ou simplesmente a uma doença que abala os alicerces de uma relação … a possessão!
A doença espalha-se pelo corpo como um cancro maligno, fazendo com que aqueles que padecem de tal doença, destruam com a sua loucura o amor e a transformem em ódio!
Estes dois sentimentos apesar de se encontrarem em pólos opostos, de serem antagónicos, por absurdo que possa parecer, assemelham-se a dois irmãos gémeos com personalidades distintas, metamorfoseadas em algo forte e incontrolável … são elas a alegria e a tristeza; o carinho e o repúdio, são afinal o amor e o ódio o bem e o mal!
É na verdade na palavra imponderada e lançada que nascem os mais díspares sentimentos, esses dependem desde logo de quem os sente, da sua personalidade e do seu modo de absorver a dor ou o amor!
Todo o ser humano é diferente, reagindo às suas próprias inseguranças, infundadas ou não, através de uma poderosa arma … a palavra.
As nossas inseguranças reflectem-se nas nossas reacções, nos nossos actos, mas também na postura, no modo de estar, no modo de ser de quem profere as palavras que nos atingem como o gume de uma espada, trespassando os sentimentos.
Nem todos estão munidos de escudos ou os conseguem construir para se protegerem da palavra lançada que se espeta no corpo e espalha a insegurança na alma dos mais incautos!
As inseguranças navegam ao sabor das ondas, galgando rochas, chicoteando as praias da nossa consciência, que se vê afogada num limbo entre o amor e o ódio!
A indiferença, ainda que de amores possessivos se trate não existe!
Todo aquele que usar a arma mais poderosa da humanidade deve reflectir seriamente antes de a proferir, pois após lançada pode trespassar os corações mais sensíveis, podendo transformar uma dor de amor em ódio visceral!
João Salvador – 29/07/2014
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