domingo, 28 de agosto de 2011

Rosa do Desejo


Rosa pura, beijo-te num ósculo molhado
Nas tuas pétalas vermelhas, que me cegam
Com a infinita beleza do teu cheiro perfumado
Deleitam-me os perfumes de luxúria que emanas

Passo a rosa pelos meus lábios molhados
Deposito-a nos teus seios rijos de anseio
Para que sintas em jeito, o meu beijo que te deixo!

Brinco com a rosa, ondulante no teu corpo
Faço-te crescer a ânsia do pecado carnal
Para que sintas a perdição na satisfação!

Em trejeito de cópula eterna, numa loucura insana
Numa troca de fluídos puros libertados pelo amor
Dois corpos; ardentes … quentes, que se sentem
E cuja fome cedeu ao desejo … urgente

Consumimos os nossos corpos, devoramo-los …
Usamos os corpos, como alimento
Para nos libertar de um tormento.
Saciados enfim … num momento!


João Salvador

O meu pai era Moleiro - II



Meu pai era moleiro
Criava os filhos com paixão
Numa fome de existência
Procurou a redenção.

Meu pai era Moleiro,
Sofria com fervor!
Numa existência de labuta
Tendo por Deus, seu pastor!

Foste ceifado pela morte
Num adormecimento sereno
Premiado pelo amor
Do sorriso dos teus filhos

Pai, vives-te com afecto
Morres-te com devoção
No meu peito tu resides
Dentro do meu coração!


João Salvador