quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Notas Soltas II


Porque estás cansado?
Que maleitas te apoquentam a alma?
Pensas em desistir do que te faz feliz?
Achas que não vale a pena lutar?

Cansado de tantas questões, arrastas os sentimentos, sente-los dentro de ti, apoquentando-te a alma!
Sentimentos que hoje gritam libertando o peso da eternidade, aguardando pacientemente a hora de amar!

O momento esse que tarda em chegar, o tão almejado descanso de uma alma carente, fatigada por anos de espera, de dor consentida.
Manténs-te firme não obstante as adversidades que o tempo e o espaço te impõem.

A distância (palavra mutiladora), não é obstáculo. O relógio marca os dias, as horas, os minutos … a felicidade tarda em chegar.

A morte espreita veloz e assustadora, já antes havia tentado tragar-te, mas foi derrotada, pois nem a morte venceu o desejo de amar.
Pedes clemência ao tempo que te deixe sonhar o amor real, antes que a foice te trague e te transporte para a margem obscura das trevas.

Vês clemência no barqueiro que atrasa a sua viagem … aproveita o tempo que te resta para buscar o amor que ainda não provas-te.


João Salvador – 29/10/2014

Notas Soltas I


No início reinava a paz, numa alma amorfa que nada conhecia, não sentia, não amava.
Era o vazio, divagando num vácuo sem sentido, até que um dia o seu olhar se cruzou com uma deusa, cujos cabelos esvoaçantes, o cegaram com a sua beleza.
Um olhar penetrante, hipnotizador, arrebatador trespassou-lhe como uma flecha de cupido o coração errante.
Conduziu aquela alma outrora vazia para uma loucura de desejo corpóreo, luxuriante que nunca antes havia sentido …
Mirava agora maravilhado aquele corpo torneado, suado, transpirando desejado, era o palácio de vénus pedindo para ser explorado.
A alma encheu-se finalmente de sentimentos nunca outrora conhecidos, abandonando o limbo da apatia, lançando-se na loucura da paixão desenfreada.
Experimenta agora sentimentos antagónicos, uma visão tardia do que já poderia ter possuído.


João Salvador – 29/10/2014

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Memórias de um beijo


Num manto de lágrimas
Jaz a saudade
De uma alma purificada
Pelo chorar
De um homem apaixonado

O mesmo homem que outrora gritou
É agora o espelho da esperança!
Todo ele sorri …
Aguarda o beijo …

Já não tem pudor
Em expressar a vontade
De sentir, revivendo
O beijo nunca esquecido!

Quer perder-se
Num amar louco
Onde apenas têm lugar
Duas almas gémeas
Cujos segredos se perdem
Nas suas próprias memórias


João Salvador – 27/10/2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dor da saudade

Porque fere a saudade?
Que tormentos afligem o pensar?
Nuvens pairam sobre ti,
Temendo o amanhecer!

Uma dor terrível aperta o peito,
Implacável, sem tréguas,
Persegue a alma,
atrofia o coração!

Vem mulher,
Vem depressa,
Afaga-me esta dor ...
de amor!


João Salvador – 22/10/2014

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Alma decisória

Presas numa jaula suspensa, rodeada por trevas enraizadas num mundo obscuro, esperando a decisão do júri, jazem as almas suspensas, aguardando os ditames da sua própria alma decisória que comanda o coração!
Quando tal ocorrer serão as almas livres para sofrer ou amar?


João Salvador - 21/10/2014


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Um novo renascer


Mergulho no vazio de mim,
Provocado pelas tempestades da alma.
Dispo-me de preconceitos, de sentimentos.
Purgo-me dos pensamentos, das promessas, dos devaneios
Libertando a energia que me habita o corpo.
Procurando a renovação no amor!
Embrenho-me nos mistérios do querer,
Buscando nas profundezas dos mares que habitam em mim.
Mares, ora tumultuosos, ora serenos,
Vasculhando o fundo do oceano.
Réstias de farrapos resistem à purga que batalho,
Agarrando-se às entranhas da minha alma.
Luto abnegado, com valentia o renascer,
Um novo dia, um bem-querer …
Estou em mim, que não sou quem era
Sou agora um novo ser …

João Salvador – 17/10/2014


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Lágrimas da alma


Que mistério encerra o teu olhar?
Que segredos escondem o teu chorar?
Que tormentos te povoam o espírito?
Que dor esconde o coração moribundo?

Na escuridão das noites
Vagueias perdido nos pensamentos
Brotando lágrimas vividas.
Não sabes porque choras,
Na solidão da tua alma.
Buscas tão só … o amor
Que persegues …eternamente.

Porque choras homem?
O teu rosto sofre,
Definha
Angustiante.
Que desejos escondes,
Nessas lágrimas salgadas?


João Salvador – 10/10/2014

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Explosão de amor

Quantas palavras guardadas?
Quantos silêncios murmurados que não dizes?
Que desejos encerra o amor na prisão da alma?
Turbilhão de sentimentos …
Jorros de vontades …
Explosão de querenças, não se contêm mais,
Enlouquece com a presença da mulher
Que se passeia aos olhos do louco!

Sente a racionalidade a consumir-se
A paixão assenhora-se de si!
Prestes a detonar, a gritar …
Não mais quer conter-se …
Busca o pecado angelical
Ama-a loucamente

Por medo não o diz
Por cobardia arrasta a dor,
Que lhe atormenta a ferida
Aberta no coração!

Sorrisos já não lhe chegam,
Contenções … consomem a alma!
O momento é chegado,
Assenhorou-se do seu destino …

Abeirou-se daquela mulher
Que lhe povoou as memórias …
Tomou-a com voracidade em seu braços,
Beijou-lhe o corpo, devorando-a com sagacidade
Explorou cada recanto sonhado
Perdidos na paixão do desejo …
E amou!

João Salvador – 03/10/2014

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Deusa lua


No alto do púlpito celestial
Olhas os escravos que rastejam a teus pés
Libertas a luz que roubas-te ao sol
Enfeitiças os homens com promessas de amor

És a sua alma
Em todas as fases dás-lhes o teu amor
Brinda-los, com a felicidade que não conheciam

Na chama da tua presença
Olhando o céu estrelado
Dás coragem às gentes
Para se libertarem das correntes
Das dores sentidas
Que os subjugavam contra a sua vontade

Deusa dos tempos
Musa de poetas
Senhora dos mares
Prometeste-lhes o perdão
Destes-lhes a redenção!

Olhas do céu a tua obra
Vês agora o homem liberto
Outrora escravo, preso às amarras
Que ele próprio criou


João Salvador – 23/08/2014

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Lábios do querer


Ah!
Esses lábios carnudos,
Lábios de desejo,
Prisão do meu sofrer,
Perdição da minh’alma
Naufrágio do meu querer
Bote da salvação
Provoca o âmago da minha perdição!

João Salvador – 29/09/2014