Sentes-te
exausto, desfaleces. Estás preso ao casulo de uma vida moribunda, onde o amor
não nasce e a vida não floresce.
A
flor que outrora se abria ao raiar do sol, recebendo os raios de luz que
abençoavam as manhãs generosas e alegres, fecha-se agora chorosa, libertando
copiosamente lágrimas amarguradas.
Os
sonhos, esses são agora turvos, distantes e difusos. A imagem do amor é hoje
menos clara, perdendo cor, nas frases que se apagam, do livro, escrito pelo
destino.
Não
consegues cheirar aquele perfume, combustível do teu sangue, ou sentir aqueles
lábios carnudos, apetecíveis, quentes, que te acomodavam o sono, levando-te aos
delírios do amor platónico, imaginado!
A
quietude, o vazio, assolam a mente, cujo túnel das recordações se afunda nas longínquas
lembranças, cada vez mais difíceis de alcançar!
Ainda
assim buscas o sentido de um destino pregado às paredes da nostalgia, cujos
pensamentos e memórias não são já suficientes para te alimentar.
João
Salvador – 17/12/2015
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