domingo, 1 de janeiro de 2012

Penso, reflito mas não entendo …



Busco a felicidade … que já tenho, mas nunca estou satisfeito. Caminho em busca de mais felicidade, que afinal não o é. Sou um ser em constante interrogação!
Sou apenas uma forma camuflada e drogada de me sentir realizado, num mundo que não conheço, apesar de o olhar e ver. Na verdade vejo mas não vejo!
Tal visão é na verdade dispensável. Bom! Será mesmo ou apenas o desejo assim?


Esse caminho de dúvida, é um vai e bem como as ondas do mar. Um sentimento cheio mas ao mesmo tempo vazio onde nada se encontra. Dias tenho em que o espirito se encontra em plena paz e sereno, numa perfeita harmonia com o mundo; deus e os homens. Outros dias o espírito grita, exige … mudança. Busca satisfação, em futilidades, em instrumentos mundanos e sentimentos que não alimento, mas no fundo que acho que não desejo, mas que por ínfimos instantes me aprisionam nas suas correntes de aço.


Um remoinho de pensamentos, de sentimentos, onde estou atolado e de onde não é fácil sair. Uma satisfação ainda que insatisfeita, um querer ter algo e não poder ou um puder ter e não querer. Já mergulhei na minha mente à procura de respostas, mas apenas me surgem lembranças nublosas, que se desprendem em pequenos farrapos de felicidade e infelicidade.


Já fui escravo da minha mente … da vida! Serei agora um ser liberto mas preso ao meu próprio entendimento? Não me entendo, na verdade! Mas procuro a compreensão. Na realidade não deveria preocupar-me em entender-me, pois afinal o ser humano entende os seus próprios sentimentos e devaneios?


Afinal sou feliz ou infeliz? Pois, alguém é feliz na plenitude? Que raio de dilema, que o ser humano apresenta, ser sempre insatisfeito e inconstante.
Nunca me vou entender a mim próprio, no meu mais profundo sentir … no meu mais íntimo ser. Almejo deveras descobrir a minha essência?


Mas afinal que quero? Vivesse eu noutra realidade, numa realidade privada de condições exigíveis à minha própria vivência; à condição humana. Porque razão sou tão egoísta?
Alcancei muito do que o comum dos mortais almeja! Deveria então deixar o egoísmo ao ponto de pensar na felicidade plena? Felicidade que será apenas fantasmagórica e utópica, ou talvez não!


Uma constatação da alegria e realização que ninguém alcança na totalidade. A verdade é que não acredito que nenhum ser humano se sinta completamente feliz, por mais felicidade que possa ter. Penso estar certo no meu pensamento. Quem não acreditar que busque dentro de si próprio!


No meu eu, tenho dito, sou o que sou … mas quem sou? Afinal alguém sabe? Quem se conhece completamente? Será sempre uma busca introspetiva e incessante do eu; da felicidade … do ser!
Que me importa isso? Que centelha de pensamento!
Não sei e nunca terei resposta para tal.


João Salvador – 01/01/2010

Imagem: http://www.literal.com.br/_banco/img/1298820592_contemplandoodesfiladeiro_3231_1024x768.jpg