segunda-feira, 21 de março de 2016

Como combater este vazio, que vaza a alma?


Como combater este vazio, que vaza a alma?
O grito da alma, vive na tumba,
abandonada pelo amor!
A réstia de esperança na ressurreição,
o acreditar nos sentimentos que já viveu,
nem isso tem hoje.
Nada lhe resta,
apenas o infindável deserto da tristeza glacial,
que gela o coração,
outrora vivo!
Como pode viver agora,
arrastando-se pelo limbo,
entre uma viva que não tem e uma vida que deseja?
Vive … ou sobrevive?
Nem a sua própria mente pensa com lucidez,
pois a razão já não a possui.
Aliás, o que possui de verdadeiramente seu?
Nem a sua mente,
nem o seu corpo …
está entorpecido,
já nada é seu!

Quiseram os deuses,
desprove-lo de tudo,
aligeirando-o da essência humana,
transformando-o num demente.

Deambula agora perdido pelos pântanos,
olhando ao longe a felicidade … uma miragem!
Enterrado nesse pantanal de sentimentos apagados,
que não ousa reacender.
Grita sem fôlego, o triste fado,
Chorando a cobardia, o medo, a imperfeição.

As forças já lhe faltam.
A vontade,
essa esvaiu-se com o sangue que vazou do coração.
Já não vive,
já não sonha,
já não sabe quem é,
o que é …
a esperança fugiu-lhe,
abandonando-o!
Já não tem forças para combater a escuridão!


João Salvador - 21/03/2016