terça-feira, 29 de maio de 2012

Palavras não ditas




Passava na rua,
Sozinho, perdido
Compenetrado
Nas palavras ditas
Sussurradas pelo vento
Lembrando os ditos
Perdidos no tempo

Aqueles sentimentos renascidos
Por breves momentos
Afogados nas palavras
Que não te disse
E que ansiosamente aguardavas

As palavras não ditas
Alimentaram equívocos
Mataram sentimentos
Criaram tormentos

Sinto que escondi momentos
Que não queria apagar
Enlouqueci …
Perdi a razão
Endureci o coração!

Perdi a ilusão
De voltar a ter-te
Num leito só nosso
Em sonhos abraçados
Nos momentos sonhados …

O amor reside no peito
As marcas o tempo não apagará
Vaguearei penosamente pela vida
Buscando nos recantos da mente

Onde estiveres eu estarei
Sentirás a presença de um anjo
Mesmo não estando presente
Mesmo que ausente
O amor será eternamente teu …

João Salvador – 29/05/2012

O teu maior projeto – a própria vida



Por mais cansado; revoltado ou angustiado que te possas sentir, nunca desistas do teu maior projeto - a tua própria VIDA.

E através dela que te alimentas de sentimentos, que partilhas com as gentes. 
Em consequência, são esses sentimentos regados por momentos de felicidade que irradiam num sorriso, iluminando e aquecendo a tua própria alma.

João Salvador – 29/05/2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sofro por te ver sofrer




Porque sofres meu amor?
Quando tu choras eu choro também.
Quando as lágrimas te escorrem,
As minhas escorrem também.


Procuro anemizar o teu sofrer.
Procuro alimentar-te de amor.
Mas uma ferida cortante,
Dilacera a tua alma … não entendo!


Sofro … uma imensurável dor.
Sofro por tanto te amar,
Sofro por te ver sofrer,
Morro por te ver morrer!


João Salvador – 30/04/2012

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Desejo silencioso


No silêncio da noite,
Alimentou-se o momento
Buscavas um carinho
Uma brecha de sentimento

Algo que alimentasse a esperança
De concretizar o devaneio
Duma união, no desejo …
Numa paixão animal
Mesmo que fosse irreal

Compenetrado numa vida não vivida
Tu não eras vista, mas estavas ali!
Olhando; aguardando … expectante
No íntimo, surgia o fogo do desejo
Secreto é certo! Mas tão teu.
Desejo que calas-te mulher,
Numa mordaça que te envolvia.


Não percebia o olhar
O teu menear, a tua fuga
Estava absorvido na banalidade
Era um espectro de si mesmo
Um ser amorfo sem vida!

Mas tu mulher, continuavas ali
Amordaçada a momentos de dor
Alternados por rasgos de amor!

Surgiu do nada, mas já lá estava
Na tua alma … o sentimento
Estava cego … ofuscado
Mas era tão belo e não te viu
Surgiu do nada
Empurrado por uma palavra
Que estava emperrada


Estupefação, admiração, satisfação
Sentimento que não contemplou
Mas que guardavas em ti.
Não querias falar,
mas deixaste-te voar

Afinal, era a paixão...
Uma fulminante ânsia de fogo
Que consumia as entranhas,
Atravessou duas almas sedentas
No realizar do viver … no prazer!
Afinal, que havia a perder?


João Salvador – 18/10/2011

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Incertezas do amor



Procuras rever na mente, os episódios passados.
Queres compreender o incompreensível,
Buscas respostas onde não as encontras.
Agarras-te a algo que te acalme a inquietação!

Encontras um vazio nas respostas.
Não compreendes a razão … porquê?
Esfumou-se o sentimento – perdeu-se?
És agora fantasma de um passado errante?

Dolorosas questões que não vês respondidas
Amordaçadas num sepulcral silêncio
Acompanhando-te no arrastar dos tempos
Prendendo-te às incertezas do amor!

João Salvador – 18/04/2012

domingo, 13 de maio de 2012

Reflexão sobre a frustração e revolta




A Frustração é um sentimento alimentado por toda a envolvente que o ladeia, golpeando profundamente a mente de quem o sente – tornado o sentimento em revolta.

É um sentimento muitas vezes nutrido pela passividade de pessoas que apenas se sabem lamentar, quando deveriam ver mais além do seu nariz, tornando-se operativas e cooperantes.

Ao invés vivem na sombra, despreocupados, passivos, aumentando o “monstro” da loucura e da raiva interior, naqueles que fazem um pouco mais em prol de um mundo melhor!

João Salvador - 13/05/2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Memórias que tendes




Vagueáveis, flutuando pelas memórias que tendes na mente,
inquieta, impetuosa, inundada de vida,
como se faz quando se procura a solidão.
Rebuscáveis o passado … recordando.
É algo prazenteiro que faz parte do ser.

Nessa busca incessante, encontrastes um episódio.
Um episódio de amor puro, ternurento e belo.
Recordas-te o beijo fugido que roubas-te … cigana,
Naquela escada de pedra que fazia parte de vós.
Foi numa inocência perdida, que não tendes agora.

Tempos em que os jovens sonhadores,
com ensejos de Dom Quixote …
Sonhavam com projetos tresloucados,
Sonhos doces como mel que vos deleitavam.

Enchiam de prazer só de pensar o amor.
Ó o amor! Era tão deslumbrante, atraente e puro!
Quando contempláveis os adolescentes olhos vibrantes,
Cintilantes de luz. Ali se viam e logo se perdiam!

Os olhos brilhavam de paixão!
O corpo tremia, só por ver o amor.
A mera presença, um mero toque … um tremor!
O cheiro a flor virgem que emanáveis!

Sim! Sentis saudades desse tempo.
Uma época de glória e de conquistas,
em que se lutava pela pureza do amor.
Eram sublimes esses momentos de inocência!

Foram tempos harmoniosos, recordados com ardor.
Lembrados com melancolia, num misto de carinho e saudade.
As meras trocas de olhares, dos quais se vivia, ou
de um mero beijo furtivo que vos nutria!

Sim, eram belos esses tempos, inesquecíveis …
E dos quais vos recordareis nesta vida …de saudade!

João Salvador - 16/08/2010

domingo, 6 de maio de 2012

Saudades de ti mãe!




Uma tristeza visceral
Apodera-se de mim
A alma chora desalentada
Uma angústia possessa
Mas ao mesmo tempo saudosista
Quando penso em ti


Não te tenho mãe
Partiste suplicando
Querias viver
Não pude impedir a tua travessia
Senti-me entorpecido … impotente
Sem ti sou tão pequeno
Um invólucro vazio


Falta-me o teu sentir materno
O teu laço protetor
Que sentia com fervor
Que a morte impiedosa me roubou


Nada pude fazer
Senão guardar as memórias
Respeitar o teu ensinamento
Ser o filho que crias-te!


Que a luz te ilumine
Estejas onde estiveres
Serás sempre aquela que me dou vida
Que me limpou as lágrimas
Me deu alento nos dias de dor
Serás sempre … a minha mãe!


João Salvador – 06/05/2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Escravo dos sonhos - Reflexão


Sentes uma escravidão nos sonhos das palavras ditas, mas não sentidas …
Ficam os escritos das memórias que exalam do pensamento sonhado de um poeta …
Dos momentos que eternizam a vivência do seu ser; de alguém que busca sem cessar a felicidade e o amor, mas que esbarra numa barreira invisível de realidade!

Crueldade? 
O que visualiza nos seres cujos sentimentos aflorados se encontram esquecidos no tempo e mortos para o amor.
Adormecidos, alertados apenas para a autossustentação do eu, para uma busca prazenteira banal, desprovida de conteúdos.

Que pode querer o sonhador senão buscar o paraíso ainda que inexistente, que apenas reside no imaginário profundo da sua mente?
Divagações pontuais de amores eternizados nas idealizações de um ínfimo pensamento que aos olhos de um coração receoso parecem delírios de um qualquer demente, que se sente gente!

Louco? Sim! Sou louco e depois? 
Que graça tem a vida sem um raio de luz. Sem os seus raios o sol morre e o sonho definha.
Quem não busca o sonho tão cobiçado, morre lentamente, provando a pedra fria da sepultura ainda que em vida. 
Quem não sonha não nutre a alma, nem a liberta do limbo de uma qualquer triste realidade.
São os sonhos meras divagações?

São palavras pensadas, libertadas ao sabor de uma ventosa tempestade de sentimentos. 
São alimentadas pelo estado de espírito de todo o ser, que extravasa da boca as palavras proferidas por um mero sonhador que procura sentido para a vida … a sua!


02/03/2012 – João Salvador