sábado, 16 de julho de 2011

Cigana



Buscava nesse dia um sorriso teu, minha cigana, minha chama
Vagueava pelo prado, resplandecente de vida - ocultando os sentimentos.
Num prado, cujas flores eram procuradas pelas abelhas, que voavam atarefadas
Queriam o néctar das flores, polinizando-as, fecundando-as

Assim quero eu provar o teu néctar, polinizar a tua virtude, ser teu!
Na minha busca, caminhei altivo e esperançoso, olhando sem ver, ainda que vendo
Alcançar o teu amor, é algo que alimenta a minha existência, a alma
Pois, se assim não fosse seria apenas um ser vazio, inócuo, seria nada

Seria um homem oco, sem substância, um ser insano … profano
Mesmo que não me queiras, alimentarei essa ilusão
Na certeza, de que mesmo sendo uma mera alucinação
Me darás o teu sorriso que emana dos teus lábios cristalinos

Não penso, mas penso, que não me queres, mas que me queres
Que dilema! Tu própria nas tuas dúbias incertezas de vida, que almejas?
Sim! Que almejas mulher? Queres amar-me cigana?
Ou queres perder-te num vazio de sentimentos?

Minha cigana, estou aqui! Estive sempre aqui, tu sabes.
Procura no interior dos teus sentimentos, num cantinho de luz
Ver-me-ás ali encolhido, expectante, aguardando-te, pois …
Serei teu se assim o quiseres …

João Salvador