sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Soldados


Nas trincheiras enlameadas
Nos buracos cavados pela morte
Na trajetória de uma bala
Ali está o soldado

Com o suor sulcado
Na face vincada de dor
O sofrimento contido
No pesar do seu espírito!

Morte que o procura
Na remissão da loucura
Tendo como última morada
Uma lápide moldada

Numa sepultura irada
Às portas de Portugal


João Salvador – 27/08/2011

Tributo ao Ranger


Caminhas pela escuridão, pé ante pé
Engolido pelas brumas, rodeado por fantasmas
Embrenhado, no mato, acariciando o tojo …
O Ranger passou cumprindo o silêncio da noite
Apesar das adversidades, a legação assim lho ditou!

Progredia o soldado no seu camuflado
Evitando o contacto, procurando máscaras
Ocultando a sua presença do inimigo
Palpitando o coração … apurando a visão

Sentia o metal gelado da espingarda
Que lhe torturava a alma!
Ofegava de emoção, sentido a pulsação
Num turbilhão de paixão que o perseguia
Nunca perdendo o rumo … evitando a morte!

Tendo como intenção: chegar; cumprir e vencer …
a perdição da desilusão, cumprindo a missão!
Norteada pela ação demoníaca do momento
Sem emoção ou medos da senhora da noite

Cuspiu rasgos de fogo latejantes
Arma fria que aqueceu e a alma enrijeceu
Gritos cortaram a noite num sofrimento atroz
Tudo acabou enfim … no silêncio


João Salvador – 26/08/2011