domingo, 6 de julho de 2014

Corpo nu


A primavera nasce perfumada pelo aroma libertado pelo corpo nu de uma mulher deusa, orvalhado por gotículas de sedução!
O vento sopra na sua existência irregular, esvoaçando os seus cabelos sedosos, realçando a beleza dos ombros, tocando levemente o pescoço e os seios enrijecidos pela loucura!
A sua silhueta nua, é reveladora de um corpo com efeitos afrodisíacos, libertadora de desejos incontroláveis cuja paixão se torna explosiva.

E tu, bem tu … meneias as ancas, caminhando subtilmente agarrando a gaiola onde aprisionas os sentimentos dos homens por ti conquistados.
Abres apenas a porta aos pássaros esvoaçantes que te veneram, no entanto estes não desejam liberdade, apenas pretendem perde-se no teu cálice, beber da tua vontade pecaminosa.
Maliciosa, exibes os dotes de um corpo cinzelado pelos deuses até à perfeição.
Gesticulas lentamente com os teus membros, fazendo um convite apelativo ao tesão que cresce descontrolado.
Acaricias delicadamente o corpo, fazendo deslizar os dedos de veludo até ao sexo transpirado, ao mesmo tempo que olhas provocadora para os escravos, escolhendo entre eles o felizardo que há-de beber da tua fonte e matar a tua sede de loucura ensandecida!
Qual será a ave libertada por ti que irá amar-te até à exaustão, saciando os seus caprichos, matando a gula do seu tesão?


João Salvador – 06/07/2014