quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Voo Alado


São, seres alados
Que rasgam os céus,
Acariciados pelo vento
Livres e sem tormento
Graciosos voos
Movimentos perfeitos
Asas brilhantes
São seres livres
E livres serão
Perscrutam os céus
O azul celeste
Numa imensidão de prazer
Realizam os sonhos
E vivem livres
Pois livres o são!
Quero ser um ser alado
Quero ser livre e livre ser
Rasgar os céus
Voar sem tino
Anestesiado,
E sem destino!


João Salvador - 28/09/2011

domingo, 18 de setembro de 2011

Sono profundo



Dormia o sono dos justos; profundo, deitado num mundo instável
Sonhava com o amanhecer sereno, numa acalmia plena de vida …
Queria um amanhecer feliz; deslumbrante; soalheiro e belo
Queria um novo dia a nascer … para te ver, lavrada pela luz


No meu sono vi-te. Pensava nas tuas palavras gravadas
Sonhava com os teus desejos, a tua ânsia de vida, os teus ensejos
Afastava com beijos ternos, os teus fantasmas que se esfumavam
No meu peito descansavas Afrodite, por mim venerada e amada


Sentia-te numa paz contagiante, uma respiração tranquila
Dormiam os corpos entrelaçados, aconchegados e quentes
Esperançados no sentimento puro do amor … o nosso amor!


O sonho passou célere, saboreado; apreciado a cada segundo
Sentido pela beleza deslumbrante de luz que nos envolveu
Acordei em paz na esperança de viver um novo dia … feliz!


João Salvador – 14/09/2011

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Estava cego eu sei!


Estava cego eu sei
Estavas aqui ao meu lado
Enxugando as minhas lágrimas
Limpando as minhas feridas

Dilacerado pela autocomiseração
Cheio de pena de mim próprio
Não entendi os sinais
Que agora reconheço

Fui egoísta e distante
Preocupado com futilidades inúteis
Enquanto tu,
num canto choravas …
banhada no sofrimento,
do teu pensamento!

Estavas rodeada de mágoa,
Procuravas apenas um carinho
uma palavra de apreço
um acto de amor
um contentamento
Apenas te dei dor.
Desculpa meu amor!

Sim! Agora reconheço
Todo o teu tormento.
Olhei-me ao espelho
Não me reconheci,
vi … um ser egoísta, egocêntrico …
Até frio e distante
Tive medo do que vislumbrei!
Não me reconheci

Quem vi afinal?
Quando tu precisavas de mim
Apesar de viver no presente
Não estava ali
Mas agora vi
Mulher …
Estou aqui!


João Salvador - 15/09/2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Soldados


Nas trincheiras enlameadas
Nos buracos cavados pela morte
Na trajetória de uma bala
Ali está o soldado

Com o suor sulcado
Na face vincada de dor
O sofrimento contido
No pesar do seu espírito!

Morte que o procura
Na remissão da loucura
Tendo como última morada
Uma lápide moldada

Numa sepultura irada
Às portas de Portugal


João Salvador – 27/08/2011

Tributo ao Ranger


Caminhas pela escuridão, pé ante pé
Engolido pelas brumas, rodeado por fantasmas
Embrenhado, no mato, acariciando o tojo …
O Ranger passou cumprindo o silêncio da noite
Apesar das adversidades, a legação assim lho ditou!

Progredia o soldado no seu camuflado
Evitando o contacto, procurando máscaras
Ocultando a sua presença do inimigo
Palpitando o coração … apurando a visão

Sentia o metal gelado da espingarda
Que lhe torturava a alma!
Ofegava de emoção, sentido a pulsação
Num turbilhão de paixão que o perseguia
Nunca perdendo o rumo … evitando a morte!

Tendo como intenção: chegar; cumprir e vencer …
a perdição da desilusão, cumprindo a missão!
Norteada pela ação demoníaca do momento
Sem emoção ou medos da senhora da noite

Cuspiu rasgos de fogo latejantes
Arma fria que aqueceu e a alma enrijeceu
Gritos cortaram a noite num sofrimento atroz
Tudo acabou enfim … no silêncio


João Salvador – 26/08/2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mãe

O frio percorreu-me o corpo
Nesse inverno absorto … em si mesmo.
Um arrepio, fez-me acordar
Fez-me sentir o que não queria sentir.

As lágrimas inundaram-me,
Alagando o meu mundo,
Transbordando de dor!

De repente
Perdi o teu calor,
O teu colo
O teu amor
Ó minha mãe …

Perco-me nas recordações
Na infância
Nas tropelias de uma criança.

Tu sorrias …
Alimentavas-me de carinho,
Ainda que envergonhado,
Pelas indelicadezas da vida!

Nos teus braços
Protegidos, sentia-me …
Amado, adorado …
uma criança feliz!

Esse teu calor que guardo
No fundo do meu ser
Nas memórias que não vou esquecer

Vivo dessas lembranças
Do teu exemplo
Desse motor que me faz viver!
Das tuas histórias de vida

Ainda que longe
Ter-te-ei presente,
Para todo o sempre!


João Salvador – 07/09/20
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domingo, 4 de setembro de 2011

Pensamentos de ilusão


Sinto-te distante
Separada por pensamentos,
devaneios e encantamentos.
Quero-te mas não te tenho,
estás perdida em ti!

Aguardo a tua voz serena
Que me alimente o desejo
Que temo!
Mas que almejo!

Errada é a paixão,
mera essência da ilusão?
É um escape … uma vida?

Assim o seja!
Pois …
Não vivo por viver
Não existo por existir
Não te quero por te querer,
Quero-te por te amar!


João Salvador - 04/09/2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Ferro e Fogo


Fujo incansavelmente
Escondo-me... do sentimento
Entro em compaixão
Busco a redenção … o perdão!

Que fuga poderei ter?
Que realidade poderei querer?
Não sei o que quero,
Mas sei o que sinto!

Cravada a ferro e fogo
Está a lembrança … no meu coração.

No meu sangue de lava,
Tu és vida … que lateja e me alimenta.
Ali vives tu!

Sim! Ali vives tu
No sangue que me aquece
Como um vulcão
Que me enlouquece

Por ti vivo e me alimento!
Esperando um novo dia,
… a salvação da minha alma!
Quase rendida, a este mundo de perdição!


01/09/2011 - João Salvador