A primavera nasce perfumada pelo aroma
libertado pelo corpo nu de uma mulher deusa, orvalhado por gotículas de
sedução!
O vento sopra na sua existência irregular, esvoaçando
os seus cabelos sedosos, realçando a beleza dos ombros, tocando levemente
o pescoço e os seios enrijecidos pela loucura!
A sua silhueta nua, é reveladora de um corpo
com efeitos afrodisíacos, libertadora de desejos incontroláveis cuja paixão se
torna explosiva.
E tu, bem tu … meneias as ancas, caminhando
subtilmente agarrando a gaiola onde aprisionas os sentimentos dos homens por ti
conquistados.
Abres apenas a porta aos pássaros esvoaçantes
que te veneram, no entanto estes não desejam liberdade, apenas pretendem
perde-se no teu cálice, beber da tua vontade pecaminosa.
Maliciosa, exibes os dotes de um corpo
cinzelado pelos deuses até à perfeição.
Gesticulas lentamente com os teus membros,
fazendo um convite apelativo ao tesão que cresce descontrolado.
Acaricias delicadamente o corpo, fazendo deslizar
os dedos de veludo até ao sexo transpirado, ao mesmo tempo que olhas provocadora para os
escravos, escolhendo entre eles o felizardo que há-de beber da tua fonte e
matar a tua sede de loucura ensandecida!
Qual será a ave libertada por ti que irá
amar-te até à exaustão, saciando os seus caprichos, matando a gula do seu
tesão?
João Salvador – 06/07/2014