A poesia é um bálsamo para a alma. Neste cantinho eu navego por um mundo que construi e que me transmite paz. É para mim um refúgio onde o imaginário e o gosto pelas palavras me inundam e me fazem sonhar. Quem não precisa de sonhar, num mundo cada vez mais cinzento? Sejam bem-vindos! Visite ainda o meu blog: http://joaogomesalvador.blogspot.pt/
quarta-feira, 27 de abril de 2016
O meu corpo clama pelo teu
Respiro com sofreguidão,
as memórias do teu corpo nu!
Busco o toque perdido no tempo,
aquele prazer que me davas,
partilhado com urgência,
com vontade!
Lembras-te da união sequiosa,
alimentada pela loucura?
A nossa loucura!
Qualquer lugar era o nosso leito,
o importante eras tu e eu!
Hoje, o meu corpo clama pelo teu,
chorando a ausência da perdição!
Imploro-te mulher.
Unamos nossos corpos nus.
Vivamos abandonados,
à loucura da nossa paixão!
João Salvador - 27/04/2016
quarta-feira, 20 de abril de 2016
Mia Couto, sabe do que falam os homens
Os homens, vivem batalhando pela ganância,
matando em nome dela, camuflando a agiotagem, arrogando-se defensores
da liberdade, da religião, da política, mas apenas para justificar as
suas atrocidades e os atropelos à humanidade.
O rasto que deixam é de destruição, almas irrecuperáveis, vidas
ceifadas, pobreza extrema e para uma elite, o avolumar de valores
materiais, que lhes cegam a visão e lhes toldam o coração, matando a
própria mãe.
Infelizmente isso vê-se desde a plebe, até aos
mordomos, aqueles que vivem desafogados, pisando a base da pirâmide.
Mas
nem a base sabe viver em harmonia, trabalhando em equipa para vencer a
ganância, o egoísmo.
Não saibamos viver em harmonia e logo voltaremos ao estado de selvajaria, anarquia, sem rumo e sem lei ...
João Salvador - 20/04/2016
"Encheram a terra de fronteiras,
carregaram o céu de bandeiras,
mas só há duas nações – a dos vivos e dos mortos."
Mia Couto, em "Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra".
terça-feira, 19 de abril de 2016
Barreira de silêncio
Vives extenuado,
cansado,
perdido,
sem rumo!
cansado,
perdido,
sem rumo!
Apetece o nada,
o silêncio,
o olhar que nada diz,
a mímica,
o gesto abafado!
o silêncio,
o olhar que nada diz,
a mímica,
o gesto abafado!
Olhas o silêncio,
o olhar,
mas nada vês.
Esbarras numa barreira,
que não consegues derrubar!
mas nada vês.
Esbarras numa barreira,
que não consegues derrubar!
João Salvador - 19/04/2016
segunda-feira, 4 de abril de 2016
Preciso-te tão urgente, que padeço
Tu, sim tu!
Tens ideia das saudades que tenho de ti?
Quando olho as tuas fotos, sugo a tua beleza,
sorvo os teus lábios, toco a tua pele,
venero as tuas coxas,
expludo de desejo.
Penso nas horas em que rasgamos o leito,
nas horas selvagens em que nos devoramos!
Vivo aquele dia em que te pressionei contra o meu peito,
sentindo o calor dos teus seios rijos!
A vontade, a luxúria, a paixão,
assolam-me novamente,
enlouqueço, sou demente!
Deixa-me possuir o teu templo,
consumir a tua glória.
Beber o elixir desse cálice molhado!
Serei besta, animal, ou serei meigo e carinhoso.
Serei amante, serei tarado!
Serei tudo que desejas,
farei tudo em ti!
Preciso-te tão urgente, que padeço.
Aí, esta vontade louca, descontrolada.
Deixa-me fundir-me em ti ...
Não resistas também o queres!
João Salvador - 04/04/2015
sábado, 2 de abril de 2016
Mundo alternativo
Não entendes! Deixa-o chora, lágrimas que inundam o coração.
Desde os primórdios de uma vida errante,
Deambula sozinho, no meio de multidões disformes,
Percorrendo os caminhos de centenas de fantasmas.
Visualizava um universo alternativo, um mundo de cores,
Um local paradisíaco, onde os passos são subtis e belos.
Ali tudo é mais fácil, a felicidade vive estampada nos rostos,
Os amantes brincam, divertem-se, conversam, amam-se …
A infelicidade não entra naquele mundo secreto!
As trevas, a negatividade, não fazem parte do nirvana.
O simples facto de existir um mundo assim, ainda que não seu,
Alimenta-lhe um sorriso, aligeirando o fado que vive.
João Salvador – 02/04/2016
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