Já
não encontras as palavras,
emanadas
pela sua boca ardente
acariciada
pelos lábios que em tempos sentiste.
Foi
neles que perdes-te o tino,
enveredando
numa loucura do destino.
Perdes-te
o juízo,
ganhas-te
uma demência louca,
tão
ansiada!
Palavras
que me soam ocas,
desprovidas
de sentido.
O seu
olhar, perdeu o brilho,
substituído
pelo vazio,
que
gelam a alma de quem te ama.
Não
se sente a chama que outrora irradiavas,
no
amor que nutrias por aquele servo
que
te prestava vassalagem.
Sepultas-te
os sentimentos,
que o
trovador evocou à luz do fogo da vida,
narrados
numa história de amor,
que
apagas-te da memória!
Um
choro inconsolável,
lamuriento
que enluta a perda … dos sentimentos!
Surge
uma ferida sentida,
Que
se alastra pela alma,
E te
devassa a existência.
O
amor irradiou vida e felicidade,
mas
agora é uma sombra do nada.
Um
efeito de dor,
uma
lança cortante,
que
dilacera o coração
de
quem foi um louco sonhador .
Um ser
que ama a sua musa,
espectro
de si mesmo.
Vagueia
inconsolável
Por
tumultuosas águas
Cavalgadas
pelas naus
Navegadas
por timoneiros perdidos,
Que
rasgam a mente dos homens
E
lhes consome lentamente a alma!
João Salvador –
12/07/2012