terça-feira, 28 de abril de 2015

Torrente de sentimentos


De nada adianta forçar o poema.
As palavras fluem como uma torrente de água cristalina,
beijando os sentimentos que povoam as margens do destino.
Os sonhos, esses são versos escritos no tempo,
variáveis às circunstâncias da vida,
Não se julgue que o silêncio é o fim da partilha,
é tão só a clarividência do espírito, a aceitação da realidade!
Essa água cristalina que banha as frases,
que povoam as mentes, são puras, frescas e revigorantes.
É nela que buscam a paz aquelas almas irrequietas e carentes.
É ali que se refugia o poeta,
nas águas enigmáticas do leito,
onde encerra o cofre dos sentimentos!

João Salvador – 28/04/2015


terça-feira, 21 de abril de 2015

Aprendizagem - O erro e o sucesso



No percurso diário, deixamos pegadas, umas superficiais outras mais profundas. 
Essas pegadas estão pejadas de bons e maus momentos, de actos irreflectidos e de momentos de lucidez. 

Todo o ser humano vive de momentos e de comportamentos, o erro, é um momento de aprendizagem, como o deve ser o sucesso, que deve ser sorvido no cálice da humildade!

Sabendo avaliar o sucesso e o erro, assimilamos esses ensinamentos, o que ajuda o ser humano a tornar-se justo e pessoa de valor!

Pegadas


A nossa vida reflecte-se nos actos diários, na convivência com as pessoas que nos rodeiam e na pegada que deixamos no mundo.

Caminho para a sabedoria

Cada novo passo deve ser pensado, ponderado, reflectido. As etapas surgem umas seguidas de outras até ao último suspiro do ser humano. 

Escalar com sabedoria essas etapas faz de nós seres mais maduros, humanos e sábios. 

Esse caminho deve ser percorrido sem atropelos, vivendo cada passo sem pisar as pegadas de outros que como todos, deixam a marca da sua existência, todas elas igualmente importantes para a nossa contínua aprendizagem.

João Salvador - 21/04/2015


terça-feira, 7 de abril de 2015

Traída pelo mar revolto

Choras angustiada o teu sofrer
Banhada num mar de lágrimas
Que toldam o querer
Jazes, abandonada à repulsa do morrer!




Ditames da honra, traçaram o destino
Mutilam as esperanças do amor
Provocaram um tumulto de vontades
Choras desalmadamente a perdição!

Que esperas agora, após a tempestade?
Tudo te foi roubado pelas ondas
Cujos braços húmidos abraçaram
Esse corpo de sereia, mas logo o abandonaram.

Nada esperes do mar revolto

Esse apenas buscou a saciedade
Não procurou o teu viver, mas
Manchou-te a alma, deixou-te sofrer!


João Salvador – 07/04/2015In “A eterna Essência do meu ser”


A ilusão é um caminho para a perdição



Doces pensamentos e devaneios, socorrem-se da insatisfação mundana. 

O ser humano é em si um ser insatisfeito, procurando constantemente algo que não existe, a felicidade plena – uma utópia filosófica, cujos ancestrais procuraram compreender e cuja batalha jaz perdida nas profundidades oceânicas dos sentimentos sulcados nos corações sofridos. 

Quanto mais busca, mais sede tem de alcançar, o que sabe ser-se inalcançável. Essa busca torna-se martirizante, viciante, alarmante e destruidora de almas, outrora translúcidas!

Já se não contentam com os pequenos gestos, com o que verdadeiramente deveria importar-lhes. Vivem num mundo fantasmagórico, ilusório, teatral, enganadas pelas suas próprias visões vãs, alimentadas por realidades virtuais, que lhes envenenam a alma, conspurcando e matando todas as flores que antes colhiam e veneravam. Flores que outrora lhes perfumava a vida, a beleza, algo que hoje lhes foge por entre os dedos!

Se essa alma encontrou o verdadeiro amor, e for irrigada pelo vírus do descontentamento, chega a uma fase em que este já não lhe basta, falta sempre algo, passando a encontrar imperfeições, onde antes via perfeição, paixão. Onde antes via pureza, hoje vê fealdade, transtorno, insatisfação, ressentimento: farta-se do afecto, do equilíbrio, do amor! 

Buscam um novo príncipe, que lhes preencha os devaneios e lhes concretize os desejos, até este se tornar num ser imperfeito, cujos sonhos já não lhe preencham as medidas. 

Aí fartam-se e descartam-no, abandonando-o a sua sorte. Ironicamente esse abandono, poderá ser a salvação dessa alma devassada pela ilusão perdida das almas insatisfeitas e envenenadas. 

A ilusão conduz tais almas a um caminho de vulgaridade, perdição, perca de identidade. 

A busca tresloucada de algo que não existe, consome esses corações incautos, pobres de espírito, cuja nobreza morreu. Passam a ser meros objetos excretáveis nas mãos de alguns prevaricadores, que apenas o são por consentimento mútuo (também eles almas perdidas sem rumo, vivendo num limbo de podridão e negação), que como abutres se alimentam dessas mentes frágeis, sem amor-próprio, que por elas destroem a sua paz e a vida de mares calmos, que haviam alcançado tão sabiamente. E então porque o fazem? Também procuram a corrupção dos seus valores, a destruição das suas débeis existências? São movidas pela ilusão de uma sociedade que lhes impinge ofertas vazias, que nada possuem no interior, apenas o nada … um invólucro vazio, que nada preenche mas tudo destrói!

Em boa verdade, a experiência humana é um livro milenar, que deveria ensinar-nos a ler-nos; ensinar-nos a sermos; a estarmos; a amar-nos; a partilhar-mos; a preocupar-nos com o próximo - quer através das nossas próprias vivências, quer através das histórias de vida de terceiros. 

Buscar a auto-satisfação egoísta, centram a vida em futilidades, inutilidades, seres que mais tarde ou mais cedo se tornam repulsivos para si próprios, quando fazem mea culpa e se dão conta do ressentimento em que se tornou a existência e sentem-no. 

São patronos que vivem num púlpito de céu, reinando fracções de tempo ínfimo, que logo se esfumam. Apetecíveis momentaneamente, mas descartáveis … a ilusão é de facto um caminho alarmante e perigoso que apenas conduz à perdição da génese humana, matando as almas, levando as mentes à loucura! 


João Salvador – 07/04/2015
In divagações e dissertações

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Floresta de versos


Floresta de versos declamados,
Rompem as súplicas do teu silêncio,
Sussurrando ao vento em surdina:
Acorda coração adormecido!

Pelas orlas da floresta encantada
Caminhas tu, princesa de luz
Irradias uma paixão explosiva
Amas loucamente …

Ainda que não conheças o rumo,
O destino implacável cruza a floresta
Cujas folhas multicolores te beijam
Alimentando-te os devaneios da vida

A luz, o vento, a mãe natureza
Conduzem-te a um leito aprazível
Leito onde amarás o poeta
Que te invade os sonhos


João Salvador – 03/04/2015