domingo, 16 de novembro de 2014

Encruzilhada


O pensamento mergulha na encruzilhada
Debatendo-se entre escolhas óbvias
Ou na loucura de caminhos,
Cujas histórias não foram escritas

Lança-se em percursos povoados,
Por sensações que flutuam na alma.
Errante, esquece a realidade, lança-se
Cego pela vontade de amar!

Esbarra na dúvida, na hesitação
Sente nas palavras não ditas
Uma dor no coração …

Estanca na encruzilhada, meditativo
Presente-lhe o medo no rosto indecifrável
Chora a indecisão, sangra de paixão …


João Salvador – 16/11/2014

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Momentos de liberdade

A liberdade é algo que se consegue em pequenos prazeres da vida, o sentir na face o vento a acariciar a pele; o ver a paisagem a voar sobre o nosso olhar; o prazer em sentir o barulho do motor de um choper a cumplicidade dos motares com os quais me cruzo. Bem tudo isso é algo que não tem preço.

Complementado pelo quadro com o qual a natureza, premeia aqueles que a observam atentos e a amam! Sou no fundo um privilegiado, vivo rodeado pelo mar, abraçado pela montanha e coberto pelo céu, que respira ainda sem máscaras, apesar dos atropelos do homem!

Estes pequenos passeios de mota, são uma lufada de ar fresco nesta selva urbana que diariamente nos bombardeia com o stress, o negativismo, os atropelos, os quais liberto nestas fugidas nas quais busco refúgio, meditando e buscando a paz interior na beleza do mar e da montanha.

Praia de Maceda - Ovar

Praia de Esmoriz - Ovar

Compenetrado em perfeita simbiose com o mar

domingo, 9 de novembro de 2014

Subjugado ao doce destino



Procurou fugir das recordações que o assolavam em todos os dias da sua vida, perseguindo-o através das névoas do tempo que se enraizaram na pele. 

Mas as memórias eram tão doces, viciantes que o condicionaram num acordo tácito, por seu próprio desejo, para a vida ... até nas suas escolhas.


Não conseguiu arrancar do seu coração o amor que se agarrava aguerridamente à sua alma, possuindo-a!

Toda a sua vida o perseguiu a vontade frenética de abandonar tudo e amá-la, viver com ela. Mas a dúvida, os medos coibiram-no, castraram-no.

Subjugou-se ao meloso destino que ele próprio traçou. 

Inconscientemente, a sua presença era sentida e através dela delineava as suas escolhas, olhando outras mulheres, vendo-a personificadas na sua amada. 

Os feitios, a personalidade as características físicas – aqueles cabelos longos, ondulados, pretos, o olhar intenso, penetrante hipnotizador, quente, dolorosamente cativante. 

Como uma lapa as recordações viviam nele e em tudo aquilo que o rodeava …

No seu íntimo queria abandonar o comodismo, seguir sem rumo, livre, apenas com o pensamento em reconquistar o amor perdido, reviver o sonho, outrora abandonado. 

Não se sentia verdadeiramente feliz, nunca o foi, sempre lhe faltou algo, o desespero abeirou-se dele, lançando-o no precipício … esvaziando-o, levando-o ao suicídio das suas vontades ... 

Podia ter alcançado o amor puro, o sentimento, mas deixou-o esmorecer, acobardou-se, deixou-se vencer pela sua mente doente. 

A tristeza visceral atingiu-o com uma violência tal, que nem os anos lhe apaziguaram a alma, atormentando-o, perseguindo-o como um espectro, espreitando periodicamente através do seu ombro, cujo peso da dor o obrigou a ceder.

Essa alma morreu, perdeu-se nas vontades, apagou-se. É agora um farrapo feito em retalhos, um fantasma de si mesmo …

Terá essa alma salvação? 
Poderá esse homem ter a ilusão remota de sentir o amor?
Será capaz de se tornar audaz?
Talvez sim, ou talvez não ...

O destino escreverá essa nova página de vida, que ditará a vida ou a morte dessa pobre alma que ama loucamente!


João Salvador - 08/11/2014 (E.G)

Dança da paixão


Olhares cruzam-se
Numa dança de paixão
Bailando ao toque da saudade
Um sentir penetrante
Ignição para o renascer do amor!...


Corpos unidos numa simbiose perfeita
Banhados por beijos aguardados
Percorrem recônditos recantos
Do desejo proibido

No toque nada te é proibido
Tuas mãos exploram exímias
Teus lábios carnudos, humedecidos pelo desejo
São livres, tocam, beijam o corpo do amante
Voam pela imaginação da tua paixão
Usas a plenitude do teu sentir

Cavalgas agora frenética, seu corpo carente
Sacias a tua loucura, numa cadência ritmada
Engolindo o seu falo rijo
Gritas tresloucada de prazer
Transfigurada, saciada …
Repousas agora por momentos
Mas queres voltar a tê-lo em ti!

João Salvador - 09/11/2014 (E.G)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Doces sonhos


Vive escondida no cume da montanha
Assolada pela dúvida da sua própria vida
Escalou as rochas da desilusão
Venceu obstáculos que cimentaram o coração
Corajosamente atingiu o horizonte
Expiou a sua dor que adormeceu mas não venceu!

No seu íntimo não a quis vencer
Nunca esqueceu esse amor
Aquele amor/dor que lhe habita o sono
Que lhe aquece as longas noites frias de inverno

Foram esses doces sonhos de esperança
Que dissiparam o nevoeiro,
Das dúvidas que hoje não tem!


João Salvador – 23/08/2014

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Doce manjar


Doce manjar é meu corpo perfumado,
Que devoras avidamente
Num eloquente sonhar

Silhueta da perdição …
Corpo onde bebes o pecado
Paraíso onde te moves
Sonhas acordada
Navegas o corpo
Com mãos suadas de desejo
Percorrendo os mares
Do arrebatamento
Até ao auge
Da paixão!

O Paraíso completa-me
Com ventos sôfregos
De um amor
Que bafeja duas almas gémeas...
Almas que buscam a urgência
Da união
Nos corpos
Apaixonados!

João Salvador – 03/11/2014