terça-feira, 17 de julho de 2012

Esvaiu-se o sentimento




Já não encontras as palavras,
emanadas pela sua boca ardente
acariciada pelos lábios que em tempos sentiste.
Foi neles que perdes-te o tino,
enveredando numa loucura do destino.

Perdes-te o juízo,
ganhas-te uma demência louca,
tão ansiada!
Palavras que me soam ocas,
desprovidas de sentido.

O seu olhar, perdeu o brilho,
substituído pelo vazio,
que gelam a alma de quem te ama.
Não se sente a chama que outrora irradiavas,
no amor que nutrias por aquele servo
que te prestava vassalagem.

Sepultas-te os sentimentos,
que o trovador evocou à luz do fogo da vida,
narrados numa história de amor,
que apagas-te da memória!

Um choro inconsolável,
lamuriento que enluta a perda … dos sentimentos!
Surge uma ferida sentida,
Que se alastra pela alma,
E te devassa a existência.

O amor irradiou vida e felicidade,
mas agora é uma sombra do nada.
Um efeito de dor,
uma lança cortante,
que dilacera o coração
de quem foi um louco sonhador .

Um ser que ama a sua musa,
espectro de si mesmo.
Vagueia inconsolável
Por tumultuosas águas
Cavalgadas pelas naus
Navegadas por timoneiros perdidos,
Que rasgam a mente dos homens
E lhes consome lentamente a alma!


João Salvador – 12/07/2012