quarta-feira, 27 de junho de 2012

Visto-me de pensamentos


Hoje sinto-me desnudado … de sentimentos.
Sou um ser errante, um caminhante perdido,
Sem rumo, olvidado no esquecimento, de mim próprio.
Deambulo num sonho inócuo e desabitado!
Não encontro o pensar no espírito.
Vivo o agora numa lentidão que me sufoca,
Vivo num corpo inabitado e despido de vida.
Levitando em penosas nuvens suspensas.
O vazio acariciar-me, beijar-me a mente!
Sou um espectro que vagueia pelo tempo,
Que passa lento e pachorrento,
Sorvendo pensamentos gastos,
Que lembro mas não apago!
Sinto-me ausente, no entanto …
Nesse pensar incoerente e confuso,
Vislumbro as trevas de mim próprio.

De repente, a névoa desvanece … sinto-me gente!
Sou um ser nu que recusa velhos sentimentos,
Que se veste de repente dos mais belos pensamentos;
Alimento-me agora de sorrisos, de momentos,
Dos instantes, das caricias que inflamam a vida!
Uma recompensa, em cada ensejo vivido.
Em cada sorriso que esboço,
Em cada gesto que me move,
Em cada beijo que sinto …
Em cada paixão,
Mesmo que mascarada pelo amor!
Em cada dia …
Nesses confusos sentimentos experimentados,
Nutro a vida que me veste a alma e me enxuga as lágrimas!


João Salvador – 23/12/2011

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sobre a perda de valores - a honestidade


Vivo num mundo decadente, onde os valores se perdem num cemitério sombrio. 

Um mundo onde o profissionalismo ou no caso a falta dele, dá lugar à busca do "Dolce far niente", justificado pela futilidade. 

Muitas vezes a honestidade e a lealdade é premiada com um misto de repúdio e desprezo, sendo acorrentada a um muro de incompetência! 

Valorado é aquele que através de artifícios mais ou menos elaborados, consegue o que o homem honesto tenta conseguir justamente recorrendo aos canais éticos, fazendo-o pensar em perder a honestidade, enveredando por um caminho mais obscuro de facilitismo. 

É um contágio que alarma, tornando a sociedade corrupta e mentirosa!
No entanto nesta luta titânica o homem leal, que tenha enraizados em si determinados valores e princípios, terá sempre a essência em si próprio, apesar das injustiças que o cercam e lhe amordaçam a alma!


João Salvador - 22/06/2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Chuva que fustiga as almas




Ó Chuva! Fustigas a alma das gentes,
Que se passeiam afugentadas por ti
Implacável intempérie ameaçadora que retalhas
a teu bel-prazer em ventosas saraivadas
Que arremessas sem contemplação.
Fria e cortante como o gume da espada,
sem complacência de quem não te pode evitar

És grotesca quando violentas as terras
Mas suave e bela quando cais e banhas
Os corpos que percorres com prazer sem cessar
Arrepiando-os, levando-os ao êxtase do prazer mundano!

As translúcidas gotículas que emanas
Banham qualquer sofrer
Limpando as amarguras humanas
De um não querer … apazigua o sofrer

Purificação de almas sedentas de amor
Purgas os sentimentos mais obscuros
Torná-los belos, puros e apetecíveis

Trazes dos céus um misticismo
Que nos transporta para um imaginário
Continuado de busca pela felicidade
Apenas alcançada pela tua sapiência.


João Salvador – 25/04/2012

domingo, 10 de junho de 2012

Renascer




Tem dias em que o espírito cavalga alegremente a vida, numa transparência serena, saltando obstáculos que se achavam intransponíveis, em direção ao renascer de um novo dia!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Desenfreada paixão




Procuras a paixão que habita em ti
Uma inspiração poética e carnal do teu ser
Uma acalentamento do teu corpo inquieto
Um arrebatamento numa vontade desmedida!

Um arrepio que se sente ao cruzar o olhar
Um corpo que grita e exige a tua presença
Um calor que percorre e aquece o sangue,
Como um fogo que te consome a palpitar

Procuras fundir-te …
Num tão ansiado encontro
Num banqueteado frenesim de amor

Ambos os apaixonados o buscam
Desesperados … loucos,
Sedentos, tu dele e ele de ti!


03/03/2012 – João Salvador