segunda-feira, 18 de junho de 2012

Chuva que fustiga as almas




Ó Chuva! Fustigas a alma das gentes,
Que se passeiam afugentadas por ti
Implacável intempérie ameaçadora que retalhas
a teu bel-prazer em ventosas saraivadas
Que arremessas sem contemplação.
Fria e cortante como o gume da espada,
sem complacência de quem não te pode evitar

És grotesca quando violentas as terras
Mas suave e bela quando cais e banhas
Os corpos que percorres com prazer sem cessar
Arrepiando-os, levando-os ao êxtase do prazer mundano!

As translúcidas gotículas que emanas
Banham qualquer sofrer
Limpando as amarguras humanas
De um não querer … apazigua o sofrer

Purificação de almas sedentas de amor
Purgas os sentimentos mais obscuros
Torná-los belos, puros e apetecíveis

Trazes dos céus um misticismo
Que nos transporta para um imaginário
Continuado de busca pela felicidade
Apenas alcançada pela tua sapiência.


João Salvador – 25/04/2012