quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Vida moribunda


Sentes-te exausto, desfaleces. Estás preso ao casulo de uma vida moribunda, onde o amor não nasce e a vida não floresce.

A flor que outrora se abria ao raiar do sol, recebendo os raios de luz que abençoavam as manhãs generosas e alegres, fecha-se agora chorosa, libertando copiosamente lágrimas amarguradas.

Os sonhos, esses são agora turvos, distantes e difusos. A imagem do amor é hoje menos clara, perdendo cor, nas frases que se apagam, do livro, escrito pelo destino.

Não consegues cheirar aquele perfume, combustível do teu sangue, ou sentir aqueles lábios carnudos, apetecíveis, quentes, que te acomodavam o sono, levando-te aos delírios do amor platónico, imaginado!

A quietude, o vazio, assolam a mente, cujo túnel das recordações se afunda nas longínquas lembranças, cada vez mais difíceis de alcançar!

Ainda assim buscas o sentido de um destino pregado às paredes da nostalgia, cujos pensamentos e memórias não são já suficientes para te alimentar.


João Salvador – 17/12/2015