quinta-feira, 28 de julho de 2016

Sou a paz da tua alma!



Sou o doce perfume do leito,
que habita nas entranhas do teu corpo.

Sou o templário das amarguras,
o paraíso das suplicas,
a cama onde te deitas,
os lençóis onde me amas!

Sou o que quiseres,
O anjo que guarda,
O demónio que devora,
O amigo que ouve,
que compreende.
O amante urgente, guloso, 

cuja ganância usurpa o teu palácio,
bebe do teu cálice,
planta a luxúria no teu templo.

Sou aquele fantasma,
que não vês,
que habita nos doces sonhos,
agitando as noites devassas,
pelas memórias do desejo!

Sou a paz da tua alma,
o motivo da tua paixão!
Ainda que vivas cega,
sabes que o sou ... quem sou,
Sou a extensão de ti ...


João Salvador - 28/07/2016

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Cálice do desejo

O sol tocou a pele,
beijou os lábios,
sedentos de amor.

O tempo,
Oh! Esse parou,
contemplando-te,
olhando as curvas,
do corpo torneado,
suado,
cujas gotas dançam,
acariciando os seios rijos,
enlouquecidos pelo desejo.

Uma vontade férrea,
grita na mente,
geme,
suplica o aplacar da paixão!

Arrepios percorrem as costas. 
Contemplam as nádegas,
firmes e duras,
beijam o cálice da perdição,
bebendo o vinho da redenção!

Sucumbes ao doce desejo,
ao contacto, inconfundível,
daquelas mãos calejadas,
talhadas por uma vida errante!


João Gomes Salvador - 21/07/2016

sábado, 16 de julho de 2016

Pessoas perfeitas?

 
Pessoas perfeitas? 
Não conheço! 
Tu és? Eu não!
Quem achar que é, 
engana a própria essência da sua criação.
O ser humano é por natureza imperfeito, 
ainda que seja uma admirável obra prima.

João Salvador - 10/07/2016

Conflito da alma


A saudade, esse sentimento castrador,
consome a alma de quem ama!
Vejo-te, não não te tenho,

Tenho-te mas não te vejo!
Imploro a tua paixão, 

o meu alimento, a perdição!
Conto os dias, as horas, os minutos,
mas o dia não chega!

O relógio passa lento, com parcimónia.

Surge o conflito,
A dúvida,
O desespero,
A solidão,
A tristeza.


Uma dor que não acalma,
agravada pela ausência de ti!


João Salvador - 16/07/2016

Não sou quem vês!

 
Por vezes vês o meu sorriso,
mas a verdade é que por dentro eu choro!
Sim, meu amor eu choro ... a tua ausência,
a tua dor. Faço da tua cruz o meu destino.
Por fora sou forte, por dentro padeço!
A aparência engana quem olha.
Sorrio, mas sofro, socializo, mas recuo para os confins de mim,
Para o limbo de uma alma carente que apenas quer ser amada!
Podes ver a felicidade aparente, isso podes,
mas não vês a realidade.
Sou um ser incompleto, 

que ama a vida, o sol, a chuva, o mar, a serra ... 
mas que tudo trocaria por ti!

João Salvador 15/07/2016

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Se tivesses escolha


Se tivesses escolha, mudarias o passado?
Trocarias o comodismo, pela felicidade?
Regressarias aqueles momentos que te prenderam no feitiço de um beijo?
Hoje, tens a certeza de que a intensidade daquele momento valeu por uma vida.
O contacto com os lábios, o sabor, o desejo partilhado ...
são momentos, intemporais, pessoalizados ...vossos.
Moram guardados no coração,
que teima em não esquecer o romantismo de dois jovens adolescentes,
que vivem hoje longe, mas no fundo tão perto!
De que adianta seguir rumos, calcorrear caminhos, percorrer estradas, se vives acomodado, 

contudo apaixonado por uma princesa, cuja imagem visualizas a todo o momento nos teus pensamentos?
Ainda acalentas o desejo de te perder nos seus braços, 

roubar os saudosos beijos daqueles lábios de porcelana, cremosos, saborosos, a perdição desejada. 
Mas mais que tudo, perderes-te no seu templo!
Nunca a palavra amor roçou tanto os lábios de um poeta loucamente apaixonado, 

no ontem, no hoje, na urgência do agora!
Desejas ardentemente navegar nos recônditos recantos da sua alma, 

sentir o seu sentir, tocar o seu tocar, beijar todas as partes de um corpo escultural, viciante.
Queres-lo teu ... só teu, saciando uma fome que te consome! 

Uma fome de amar!

João Salvador - 03/06/2016